Participar - Antonio Geraldo Wolff
Participar
É muito comum vermos pessoas desperdiçarem a chance de participar de grupos informais, de associações, sindicatos e outras organizações aglutinadoras de pessoas. Essas entidades estão voltadas para a discussão e o estudos na defesa de idéias e propostas que fazem parte do nosso dia a dia e do nosso meio de vida. Normalmente isso ocorre por não querermos nos envolver ou por não gostarmos de nos expor e assumir compromissos que não poderemos eventualmente cumprir. Muito mais do que simples justificativas, isso é mero comodismo. Um comodismo que rouba a oportunidade das pessoas se realizarem, de proporcionarem a si próprios meios de expandir seus conhecimentos, desenvolver outras habilidades, conhecer novas pessoas, de enriquecer sua cultura, de ampliar suas qualidades e até avaliar e melhorar as suas deficiências. Afinal, conviver com outras pessoas, só faz despertar em nós valores que muitas vezes nunca exteriorizamos por medo ou por falta de oportunidade.
A vida nos apresenta as mais variadas formas de fazermos esse exercício de cidadania. Desde as sociedades de amigos de bairros e a comunidade religiosa que freqüentamos, até o nosso meio profissional, e nesse particular estão os sindicatos, os conselhos regionais, os grupos informais, as associações, além de inúmeras outras. E é dentro desses núcleos que teremos a oportunidade para despertar novas qualidades, como: a liderança, o trabalho em equipe, a criatividade, o diálogo e incentivar outras aptidões específicas, que muitas vezes desperdiçamos por absoluta falta de exercício ou de mera falta de convivência com outras pessoas (são essas qualidades que o mercado tanto procura nos profissionais atuais). Nesses ambientes, as pessoas aprendem muito umas com as outras.
No relacionamento pessoal, desenvolvemos o senso crítico construtivo, melhoramos o nosso modo de ver as coisas e ampliamos nossa visão para outros horizontes. Deixamos de ser meros espectadores, censuradores das ações alheias e passamos a fazer parte dos que realizam, dos que constróem. É quase um mudar de lado. Mas é um mudar de lado saudável, que propicia o crescimento pessoal e faz as pessoas se sentirem mais úteis, mais participativas, mais cristãs.
As pessoas não gostam de deixar os seus afazeres pessoais e suas comodidades para se dedicarem a causas que não são particularmente suas. Mas isso é puro egoísmo. Essas atividades dão trabalho, causam aborrecimentos, tiram o sono e quase sempre são sem remuneração, quando não propiciam gastos, mas causam um prazer enorme e trazem uma realização imensa. É preciso apenas se dar a oportunidade e participar.
O altruísmo e o voluntariado não são meramente perda de tempo como muitos pensam. Agrega tanto valor às pessoas que elas passam a ser diferenciadas. Quem não admira e valoriza aqueles que conseguem realizações através das outros, que conseguem fazer uma enorme quantidade de coisas para os outros e ainda conseguem a própria realização pessoal e profissional. Essas pessoas passam a ser referenciais, modelos, ícones para com o meio em que vivem. Isso podemos avaliar bem, quando do nosso relacionamento com elas. Elas sabem de tudo, conhecem todos, estão em todos os lugares, sempre participam, nunca estão cansadas, vivem bem, não reclamam da vida, sempre têm tempo de ajudar o próximo e...ainda são felizes! Esse é o perfil das pessoas que participam habitualmente de comunidades e se identificam no relacionamentos de grupos.
Portanto, participar é a recomendação. Se quisermos construir a nossa oportunidade de melhorar, crescer, desenvolver e ficar melhor, cada vez melhor, vamos nos engajar em comunidades, vamos perder o medo de tomar partido das nossas idéias e das nossas convicções. Vamos ter coragem de mostrar a nossa cara e fazer a nossa parte. O segredo para a solução dos problemas sociais está no envolvimento das pessoas em suas comunidades. Se por algum momento passar por nossas cabeças a dúvida, lembremo-nos das sábias palavras da minha avó: “quando tiver algo muito importante para fazer, dê para alguém muito ocupado, pois, o desocupado certamente não terá tempo".
Antonio Geraldo Wolff / Consultor em Recursos Humanos
Contato: (11) 7717-5248